Amigas que me visitam !!

Mostrar mensagens com a etiqueta poesia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta poesia. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

- Natal para Bordar!

Uma pequena prenda para as minhas amigas do blog..
Como estamos há um mês do Natal,
ainda dará tempo para bordar uma pequena prenda,
um pequeno enfeite, se assim desejar.























E para finalizar, por hoje,
lindas poesias de Miguel Torga
sobre o NATAL.



NatalNinguém o viu nascer.
Mas todos acreditam
Que nasceu.
É um menino e é Deus.
Na Páscoa vai morrer, já homem,
Porque entretanto cresceu
E recebeu
A missão singular
De carregar a cruz da nossa redenção.
Agora, nos cueiros da imaginação,
Sorri apenas
A quem vem,
Enquanto a Mãe,
Também
Imaginada,
Com ele ao colo,
Se enternece
E enternece
Os corações,
Cúmplice do milagre, que acontece
Todos os anos e em todas as nações.
Miguel Torga
NatalDevia ser neve humana
A que caia no mundo
Nessa noite de amargura
Que se foi fazendo doce...
Um frio que nos pedia
Calor irmão, nem que fosse
De bichos de estrebaria.
Miguel Torga
Natal
Leio o teu nome
Na página da noite:
Menino Deus...
E fico a meditar
No milagre dobrado
De ser Deus e menino.
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos.
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos.
Miguel Torga

Natal 
Nem pareces o mesmo,
Deus menino
Exposto
Num presépio de gesso!
E nunca foi tão santa no teu rosto
Esta paz que me dás e não mereço.

É fingida também a neve
Que te gela a nudez.
Mas gosto dela assim,
A ser tão branca em mim
Pela primeira vez.
Miguel Torga


E se bordar o esquema, não se esqueça: avise-me...mande-me uma foto.......

abraços de MF















































































Se quiser saber mais sobre Miguel Torga,
excelente poeta português
(merecia o Nobel, pelo conjunto da sua obra e da sua vida).
basta ir ao Google......










quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

- Agradecimento

Agradecimento!!!!

Pela manhã fui à Lisboa....
Na volta passei no supermercado
para abastecer a despensa...
Ao chegar preparei o almoço - coisa ligeira -
lavei a louça e só agora vim ao computador...

E,
para minha surpresa,
cá estavam 6 mensagens para serem lidas.....

Vocês não imaginam a minha alegria ao acontecer isso....

Gosto de lê-las....

Bem,
isso vem de longe!
Já em criança escrevia cartas para
os meus avós, tios e primos cá em Portugal.

E quando eles respondiam?????

Uma alegria,
que desfrutava bem devagar a ler e a reler
o que tinham escrito.....
O meu avô materno
que só foi 19 dias à escola,
escrevia e lia muito bem, pois vivia a
ler os livros da biblioteca ambulante da
Fundação Calouste Goulbeinkian...
E o meu avô,
quando escrevia para mim,
colocava no envelope:
para a Mademoisele Maria Filomena,
com caneta tinteiro....
Achava tão chique, diferente...
naqueles envelopes de antigamente,
com marcas vermelhas e verdes cá de Portugal...
cartas essas escritas num papel muito fininho,
parecendo papel de seda.....

Bons tempos...,
que agora vocês meus amigos,
fizeram me relembrar
ao mandarem as vossas mensagens....

Desta forma, a todos aqueles que
passaram por cá
e a todos os que deixaram mensagem
o meu muito obrigada
com um grande abraço de

Maria Filomena


A calhar,
algumas frases sobre a amizade.

A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo,

de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades.

Millôr Fernandes



O verdadeiro amigo

Compreenda.
Releve.
Nunca abandone
o verdadeiro amigo.
Ele pode nem estar
ao seu lado agora.
Mas certamente,
estará sempre contigo.
Clarice Pacheco



BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direcção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

A felicidade de um amigo deleita-nos. Enriquece-nos.

Não nos tira nada. Caso a amizade sofra com isso, é porque não existe.

Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça.

No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade.

Quem tem um amigo, mesmo que um só,

não importa onde se encontre,

jamais sofrerá de solidão;

poderá morrer de saudades, mas não estará só.

Poema do amigo aprendiz
Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...

Perguntei a um sábio,
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira.
Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.

Para conseguir a amizade de uma pessoa digna

é preciso desenvolvermos em nós mesmos as qualidades que naquela admiramos.

Sede assim – qualquer coisa
serena, isenta, fiel.

Flor que se cumpre,
sem pergunta.

Onda que se esforça,
por exercício desinteressado.

Lua que envolve igualmente
os noivos abraçados
e os soldados já frios.

Também como este ar da noite:
sussurrante de silêncios,
cheio de nascimentos e pétalas.

Igual à pedra detida,
sustentando seu demorado destino.
E à nuvem, leve e bela,
vivendo de nunca chegar a ser.

À cigarra, queimando-se em música,
ao camelo que mastiga sua longa solidão,
ao pássaro que procura o fim do mundo,
ao boi que vai com inocência para a morte.

Sede assim qualquer coisa
serena, isenta, fiel.

Não como o resto dos homens.

Cecília Meireles

E finalmente,
como se trata de um blog, direccionado, especialmente
para os trabalhos manuais,
apresento uma manta dedicada aos amigos...
a

Manta de retalhos da amizade, de Heidi Satteberg


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

- Fomos ver o Mar

Hoje,
depois de alguns dias a chover,
o dia resolveu estar mais ameno
e assim,
apesar de ainda estar frio,
com o sol a se erguer majestoso,
fomos a Sesimbra ver o MAR.....

E a paisagem estava tão linda que fiz algumas fotografias...

Coloquei aqui algumas para compartilhar com vocês o por do sol às 17h00.


um momento de aparente calma

aqui o mar a mostrar que não estava para brincadeiras
outra pintura de Deus....
o areal,
que no verão é utilizado
pelos banhistas para se esticarem ao sol,
no inverno é invadido pelo mar,
que estava bravíssimo..

a bater contra a amurada

Para terminar uma poesia sobre o mar,
que veio a calhar sobre o que vi hoje....



Passei o Dia Ouvindo o que o Mar Dizia

Eu hontem passei o dia
Ouvindo o que o mar dizia.

Chorámos, rimos, cantámos.

Fallou-me do seu destino,
Do seu fado...

Depois, para se alegrar,
Ergueu-se, e bailando, e rindo,
Poz-se a cantar
Um canto molhádo e lindo.

O seu halito perfuma,
E o seu perfume faz mal!

Deserto de aguas sem fim.

Ó sepultura da minha raça
Quando me guardas a mim?...

Elle afastou-se calado;
Eu afastei-me mais triste,
Mais doente, mais cansado...

Ao longe o Sol na agonia
De rôxo as aguas tingia.

«Voz do mar, mysteriosa;
Voz do amôr e da verdade!
- Ó voz moribunda e dôce
Da minha grande Saudade!
Voz amarga de quem fica,
Trémula voz de quem parte...»
. . . . . . . . . . . . . . . .

E os poetas a cantar
São echos da voz do mar!

António Botto, in 'Canções'

terça-feira, 27 de outubro de 2009

- Apelo

Apelo a todos!!!!

Em 1981 e 1982 vim à Portugal e num desses anos tomei conhecimento
da obra de Miguel Torga .

Miguel Torga (pseudónimo de Adolfo Correia)
é um dos autores da língua portuguesa
que a meu ver merecia e merece o prémio Nobel da Literatura,
seja pelo conjunto de sua obra,
seja pela sua vida,
pela sua luta pela liberdade,
pela sua luta pela liberdade de expressão,
seja pela maneira como escrevia as suas poesias
de forma intensa, com muito sentimento,
mas sem nenhuma pieguice...

Pois muito bem!
Tenho vários livros dele, mas estão no Brasil.
Um dele é uma Colectânea de Poesias,
onde há uma poesia ( originalmente publicado num dos Diários)
com 3 ou 4 linhas que fala(diz)
a respeito de uma ovelha e o seu filho - borrego - a pastar.

É de uma beleza tão linda,
que gostaria de bordar em ponto cruz.

Por isso, pergunto:
Onde consigo essa poesia????

Alguém poderia arranjá-la para mim????

Já pesquisei na Internet, mas essa não a encontro....

Aguardo respostas....
Um grande abraço de Maria Filomena.


Já agora deixo algumas de suas poesias,
para se deleitarem com as palavras desse
grande poeta desaparecido em 1995:

Perfil

Não. Não tenho limites.
Quero de tudo
Tudo.
O ramo que sacudo
Fica varejado.
Já nascido em pecado,
Todos os meus pecados são mortais.
Todos tão naturais
À minha condição,
Que quando, por excepção,
Os não pratico
É que me mortifico.
Alma perdida
Antes de se perder,
Sou uma fome incontida
De viver.
E o que redime a vida
É ela não caber
Em nenhuma medida.


Dies Irae

Apetece cantar, mas ninguém canta.
Apetece chorar, mas ninguém chora.
Um fantasma levanta
A mão do medo sobre a nossa hora.

Apetece gritar, mas ninguém grita.
Apetece fugir, mas ninguém foge.
Um fantasma limita
Todo o futuro a este dia de hoje.

Apetece morrer, mas ninguém morre.
Apetece matar, mas ninguém mata.
Um fantasma percorre
Os motins onde a alma se arrebata.

Oh! maldição do tempo em que vivemos,
Sepultura de grades cinzeladas,
Que deixam ver a vida que não temos
E as angústias paradas!



Liberdade

Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.

Miguel Torga, in 'Diário XII'



quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Miguel Torga

Descobri a poesia de Miguel Torga numa das minhas vindas a Portugal..
Foi em Coimbra, numa livraria, salvo engano, da Rua Ferreira Borges, que o meu primo Mário apresentou-me o livro e eu comecei a ler a Antologia Poética.....
Quantas poesias lindissimas..... E nunca mais deixei de ler Miguel Torga, sendo que a poesia Bucólica, de tanto a ler, acabei por a decorar.....
Hoje, apresento aqui, para quem gosta de poesia, duas , uma intitulada Alentejo e a outra Bucólica, como não poderia deixar, pois é linda..... Miguel Torga merecia ter recebido o Prêmio Nobel....

Alentejo

A luz que te ilumina,
Terra da cor dos olhos de quem olha!
A paz que se adivinha
Na tua solidão
Que nenhuma mesquinha
Condição
Pode compreender e povoar!
O mistério da tua imensidão
Onde o tempo caminha
Sem chegar!...


Bucólica


A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;

De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;

De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.
( Miguel Torga, " Diário I " )

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

PRECE - Helena Kolody

A poetisa Helena Kolody, que já partiu, tinha uma alma lindissíma, que se traduzia nas suas poesias. Uma em particular sempre me chamou a atenção: É linda, é uma poesia e ao mesmo tempo é uma ORAÇÃO, uma grande oração.

Helena Kolody relata um acontecimento que revela o poder da palavra e a responsabilidade gerada por ela. É a história de uma jovem depressiva que tentaria o suicídio. Antes do gesto trágico, abriu o livro que a poetisa lhe dera de presente. Leu um de seus poemas, "Prece", e desistiu de seu intento. Helena Kolody escreveu vários poemas depressivos, mas por sorte não foi um desses o escolhido. Ela diz que depois disso seus poemas se tornaram mais abertos, mais otimistas. O poema "Prece" recebeu duas versões musicais e um "imprimatur" da igreja, e é lido como se fosse uma oração. in site Jornal da Poesia - rosanakamita@onda.com.br

PRECE (1941)

Concede-me, Senhor, a graça de ser boa,
De ser o coração singelo que perdoa,
A solícita mão que espalha, sem medidas,
Estrelas pela noite escura de outras vidas
E tira d’alma alheia o espinho que magoa.